Llorenç Vidal:

 

Poems in Arabiyya, English, Euskera,

 Français, Interlingua, Italiano, Portugês

 

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Arabiyya

 

خو ف

 

عند ما تبعد

حبي و لا تعو د

ليلي سيكو ن مظلما

 

تر جمة عا دل ا سر د ا

(Traducción árabe de Adil Assarda, Tánger)

 

(Revista cultural Tántalo, nº 42, Cádiz, 2006)

 

* * *

 

الكل عا بر

 

الكل عا بر,

طيور, ا سما ك , نجوم…

ا حبا ب  و حيا ة...

 

تر جمة عا دل ا سر د ا, طنجة

(Traducción árabe de Adil Assarda, Tánger)

 

 (Revista cultural Tántalo, nº 45, Cádiz, 2007)

 

* * *

 

English

 

TODAY, GOD, YOU CALLED AT MY DOOR

 

Today, God, You called at my door.

I opened. Is it You?

You appear as an Indochinese child...

wounded by bombs,

with your slight, fearful face

hunger gripping your cheeks...

 

I doubted for a moment.

 

You transformed,

becoming a black child,

naked,

emaciated,

hungry and

thirsty for water and love.

 

In a flash, You turn into a nearby child,

with a soft look,

sparkling face,

combed,

satisfied,

with school on the corner,

well dressed,

with breakfast and vitamins always in easy reach.

 

Today, God, You called at my door.

I oppened. Is it You?

You appear as a child of the world,

wounded by bombs,

with your slight, fearful face

hunger gripping your cheeks...

 

Translated by John Solt, California, U.S.A.

 

(Majorca Daily Bulletin, Palma de Mallorca, 30-31 January, 1983) 

 

* * *

 

Euskera

 

GANDHI-RI ESKUTITZA

 

Irakasle,

gaur, atzo bezela,

indarkeria-bideetatik gabiltza.

Itxasoa beti da itxaso

eta aizea beti da aize.

Baino itxasoaren biotzean ura dago...

Baino aizearen biotzean arnasa dago...

 

Iraskale,

gaur, atzo bezela,

indarkeria-bideetatik bagabiltza,

giza-biotzetan

pakearen aziak egon arren,

eska dezaiogun Jainkoari

gari-landare ugariak sor ditezela

"biar"-aren

garidi luze,

zabaletan.

 

Eta erneko da pake-garia.

Eta pake-azaoa

pakearen larrainetara joango da.

Eta mundua

garizkoa ta azaozkoa

izango da.

Eta mundua larrain bat izango da

pake-garia

pakean jo dezagun.

 

Obergozo-tar Joxe Austin-ek euskeratua

 

Quaderns literaris Ponent, nº 65-66, Mallorca, primavera-estiu 1973 / Paris-Baleares,

Reims, octobre-novembre, 1973

 

* * *

 

IZARREN ANAI-ARREBAK

Izar-mendi-itsasoen

anai-arrebak gara,

izaki bizidun orok

batu kantuan denok

esku hauek,

Maitasun ikasle

Bake giroan.

 

Enda-hizkuntza-iritzi

ezberdinak gaindituz

besarkada anaikorrez

batu kantuan denok

bular hauek,

Maitasun indarrez

Bake giroan.

 

Bizitzaren aldekoak

hiltzeko armarik gabe

munduko bizilagunok

batu kantuan denok

arnas hauek,

Maitasun deigarri,

Bake giroan.

 

Adaptación al euskera por

Martin Goenaga Irastorza

Zumarraga, Euskal Herriko, 1985

 

 

Français

PRIÈRE A NOTRE PÈRE

JÉSUS-CHRIST DE LA NON-VIOLENCE

 

Me voici, prenez-moi, comme l'épi qui croît,

Comme une hostie haletante, tout près de Vous.

Me voici, prenez-moi, comme un brasier ardent,

Brûlant de feu que je tiens de Vous!

 

Me voici, prenez-moi! Demain je serai brisé,

Épuisé sur le sol: cette terre que je tiens de Vous.

Me voici, prenez moi, blessé par tant d'épines,

D'une blessure de tant d'amour!

 

Hier, il faisit noir en mon coeur...

Aujourd'hui, ces tenèbres sont devenues lumière:

Et cette lumière je la tiens de Vous!

 

Me voici, prenez-moi: dressé comme un épi

Au soleil et à l'ombre, je les tiens de Vous!

 

Traduit du Majorquin: Joseph Ripoll, France

 

(Paris-Baleares, Reims, mars 1966).

 

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PETITES INVOCATIONS

Pour tous les peuples noires, pour tous les Harlems,

Nous voulons la Fraternité.

Por tous les peuples de Palestine,

Nous voulons la Paix.

Pour toutes les terres brûlées du Vietnam,

Nous voulons la Liberté.

Mais aussi, entre nous, Seigneur, entre nous tous,

Nous voulons la Paix,

Nous voulons la Fraternité,

Nous voulons la Liberté.

 

Traduction littéraire: Joseph Ripoll, France

 

(Paris-Baleares, Reims, novembre 1970).

 

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CRAINTE

 

Si tu t’eloignes,

si, amour, tu ne pas rentres...

quelle nuit si noire!

 

(Revista cultural Tántalo, nº 42, Cádiz, 2006)

 

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TOUT ÉPHÉMÈRE

 

Tout éphémère,

oiseaux, poissons, etoiles…

amours et vie…

 

(Revista cultural Tántalo, nº 45, Cádiz, 2007)

 

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Interlingua

 

FRATES DEL STELLAS

Fratres alacre del stellas,

del montanias, del mar

e de tote le viventes!

que nos uni, pro cantar,

nostre manos, aprendente

Amor, Non-violentia e Pace.

 

Sin discordias de racia

ni de linguas o pensar,

in fraterne imbraciamento;

que nos uni, pro cantar,

nostre cordes, da nos fortia

Amor, Non-violentia e Pace.

 

Vamos defender le vita

sin amas pro massacrar;

citatanos ver del mundo;

que nos uni, pro cantar,

nostre sufflo, predicante

Amor, Non-violentia e Pace.

 

Traduction in interlingua

adaptate a su musica:

Waldson Pinheiro

Natal, Brasil, 1992

 

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Italiano

 

ORAZIONE DEGLI AMICI DELLA PACE

 

Che la Luce interiore

illumini

il nostro spirito.

Che la disponibilità al Sacrificio

si la forza

della nostra vita.

Che lo Spirito d'Amore,

Nonviolenza

e Pace

trasformi gli uomini,

i popoli

e l'universo.

 

 (Notizie dell'Arca, Notiziario M.I.R., Nov.-Dec. 1982)

 

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Português

 

AQUI

(SOU UN MARCO)

 

Sou um marco

plantado há muitos anos:

Sei que aqui comença a vila.

Sei que aqui comença o campo.

Sou uma árvore sem frutos

indefinida no afã,

cansada já, por uma angústia

de viver entre pó e lama.

Muitas coheitas passaram,

crianças homens estão,

a vila cresce e nas vinhas

amadurecem as uvas.

Tudo passa, por toda a vida

soluçam cheias as mãos...

...Só eu sou o marco,

imóvel para sempre,

seco por uma angústia

de não ser vila nem campo.

 

Versão portuguesa de Manuel de Seabra, Portugal 

 

(Pirâmide, nº. 3, Lisboa, 1961)

 

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ODE BALEÁRICA

 

Salvé, ó pombas do mar.

Salvé ó pombas do mar.

 

Nascestes antes da aurora.

Salvé ó pombas do mar.

 

Convosco surgiu o dia.

Salvé ó pombas do mar.

 

Dormem ondas na manhã.

Salvé ó pombas do mar.

 

Beija o sol as vossas penas.

Salvé ó pombas do mar.

 

Em tudo o silêncio sonha

como que estando a rezar.

 

Foram sombra. Eram estrelas.

Agora espelhos de sal.

 

Fustigaram vosso corpo

ventos de poente e mistral.

 

Agora dormis em paz

sonhando um novo cantar.

 

Salvé ó pombas do mar.

Salvé ó pombas do mar.

 

Traduzido do balear por Jorge Ramos, Portugal

 

(Sol, página literaria de Ecos de Belém, Lisboa, 1966)

 

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A TERRA

 

Do nascente ao ponente avistei a Terra

onde descansam os pais dos meus pais,

bebi dágua de un córrego que corre

e há muito corria em tempos de chuva.

Erguendo os olhos vi o mar, que nos dá

novas de outras terras, onde viveram

os avós de outros homens e se fala em

palavras diversas das nossas. Sempre

tive vontade de cruzar fronteiras,

de correr mundo, indo de pátria em pátria,

mas liga-me a sina à sina dos homens

que suam no trabalho desta terra;

sinto com e como êles, e amo o ventre em

que vim o mundo  -terra em terra e terra.

 

Tradução de Stella Leonardos, Brasil

 

(Antologia da poesia catalã contemporânea *. Selecção e tradução de Stella Leonardos.

Monfort Editor, São Paulo, 1969).

 

* Comprèn tot l'àmbit cultural català-valencià-balear / Comprende todo el ámbito cultural catalán-valenciano-balear.

 

 

APRENDI A VIVER SÓ

 

"Saber sentir-me sol
i no enyorar miratges".
Fèlix Cucurull

 

Aprendi a viver sò

como quem não sabe dos outros.

Aprendi a viver triste,

irmão desta terra.

Apertei muitas canções

sobre o meu peito inútil

e sei que o amar

é um tufo trémulo,

nóvel, que se esboça

para deixar um pesar.

Aprendi que viver só

e viver errante, sem pátria.

 

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HAIKAIS / HAIKUS

 

JUNTO A UNA MESQUITA

 

Em ti respira

uma só das mil faces

do Deus sem forma.

 

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RAMAKISHNA

 

O voo teu

místico, ave índia

de incenso ungida.

 

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AS RELIGIÕES

 

São rios que correm

a un mesmo mar santo

todo silêncio.

 

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FOGO-VIDA

 

Será presságio

nos teus olhos de alga

fogo sentido?

 

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ESPERA

 

Tarde de espera

só no meio de livros

e de silêncio.

 

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A FEDERICO GARCÍA LORCA

 

Teu rubro sangue

floriu em mil papoilas

Andaluzia.

 

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PSICADÉLICA

 

Caleidoscópio

de cores e lânguidos

jovens nocturnos.

 

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VIAJANTE

 

Viajante livre,

deste mundo dos homens,

única pátria.

 

Tradução de Manuel de Seabra, Portugal

 

(Antologia da novissima poesia catalã *, Tradução directa, selecção,prefácio e notas por Manuel de Seabra. Editorial Futura, Lisboa, 1974)

 

* Comprèn tot l'àmbit cultural català-valencià-balear / Comprende todo el ámbito cultural catalán-valenciano-balear.

 

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PEQUENAS INVOCAÇÕES

 

Para os bairros negros, a todos os Harlems,

Queremos o amor de irmãos.

 

Para os povoados da Palestina,

Queremos a paz.

 

Entre as terras cremadas do Viet-Nam,

Queremos a liberdade.

 

E entre nós, Senhor, entre nós,

Queremos a paz,

Queremos o amor de irmãos,

Queremos a liberdade.

 

Tradução de Stella Leonardos, Brasil

 

(Cuadernos literarios Ponent, nº 61-62, Mallorca, 1972)

 

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